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sábado, 3 de abril de 2021

Meditações sobre a Semana da Paixão 2021 - Jesus está morto no sábado (Mc 16.1)

 Amanhã celebramos o domingo de Páscoa. Amanhã. Mas hoje é sábado. Meu convite prá você hoje é refletir e orar sobre o sábado de Jesus e dos discípulos na semana da Paixão. Só podemos nos surpreender e nos alegrar com a maravilha do domingo de Páscoa se encararmos a angústia e o horror do sábado da sepultura!

Aquele sábado foi terrível, um dia de sonhos frustrados, medo, angústia e insegurança. Mas, afinal, o que se passava no coração dos discípulos? Os discípulos seguiram a Jesus e depositaram nele toda a sua fé e esperança. E como Jesus era extraordinário! Jamais houve alguém como Ele!

Jesus foi enviado pelo Pai para trazer o Reino de Deus sobre nós. João Batista testemunhou sobre Jesus e o batizou no rio Jordão. O Pai enviou o Seu Espírito sobre Jesus, testificando que Ele é o seu Servo, seu Filho Amado, o Messias. Jesus é conduzido ao Espírito ao deserto para ser tentado pelo diabo, mas ao contrário do que aconteceu com Adão e Eva no lindo Éden, Jesus resiste sozinho à tentação no deserto. Então Jesus começa o seu ministério: Ele anuncia que está trazendo sobre nós o Reino de Deus!

Como ele é maravilhoso! Ele transforma água em vinho num casamento, multiplica pães e peixes para dar de comer à multidão faminta, acalma tempestades, expulsa demônios, cura doentes, ressuscita mortos, mas vai além. Perdoa pecadores, livra pecadores de apedrejamento, como e bebe com gente desprezada e quebrada, ama, perdoa, acolhe, dá voz, dá ouvidos, abre o coração! Ele paga o mal com o bem, curando até mesmo a orelha do soldado que foi prendê-lo! Tem uma vida extraordinária de oração, uma sabedoria sem comparação, uma sensibilidade sem igual! Jamais houve alguém como Ele! E em tudo o que ele faz e diz se manifesta a verdade da sua pregação: Ele veio trazer sobre nós o Reino de Deus! Ele é o Rei! Ele é o Messias de Deus!

Os judeus, inclusive os discípulos, aguardavam o Messias, que iria salvar Israel. Mas Jesus não é Rei apenas para Israel. Ele veio realizar a missão que Deus confiou a Israel, mas que Israel falhou: ser uma nação abençoada por Deus para abençoar todas as nações da terra. Os judeus estavam esperando um Messias só para eles, que venceria pela espada as nações. Jesus veio como Rei da paz para todas as nações. 

Quando Jesus entra em Jerusalém no domingo de ramos, saudado pela multidão em festa, em meio às palmeiras e capas no caminho e os hinos de louvor a Deus, parecia que o sonho estava se realizando. Era bom demais para ser verdade. Agora sim, deveriam pensar os discípulos! Agora tudo vai valer a pena! Estamos seguindo a Jesus todos esses anos, mas agora ele vai reinar sobre Israel! Jerusalém é a cidade do Rei! É a cidade do Messias! Jesus vai reinar e tudo vai se consertar! E nós vamos reinar com Ele!

Mas o sonho é frustrado. Jesus deixa claro que não era o Rei da Guerra, que iria derrotar o Império Romano para a glória de Israel. Ele é o Rei da Paz, que veio para reunir no seu Reino todas as nações. Ele veio para todos. Ele veio para trazer um Reino de Paz! Ele confronta todo o judaísmo no episódio do templo. O templo deveria ser, de acordo com a Missão de Deus para Israel, uma casa de oração para todas as nações. Mas o templo se tornou símbolo da esperança dos judeus de vencer a guerra contra as nações. Israel foi escolhido e chamado para abençoar as nações e não para a guerra contra elas. Ao amaldiçoar a figueira Jesus declara simbolicamente o juízo de Deus sobre aquele templo e sobre o que ele representava: um reino de violência e morte. Depois do episódio do templo, o sonho dos discípulos dá lugar ao pesadelo. Os líderes dos partidos judaicos entram em polêmica com Jesus na terça, e fazem um pacto de traição com Judas na quarta. Na quinta Jesus é preso pelo tribunal judaico e condenado por blasfêmia, após ser traído por Judas, negado por Pedro e abandonado pelos demais. Na sexta, das 06h00m às 09hh00m, é condenado diante do governador Pôncio Pilatos à morte de cruz e torturado violentamente. Das 09h00m às 15h00m é crucificado, vindo a morrer na cruz. Por volta das 18h00m Jesus é sepultado. Durante todo o sábado, Jesus está morto na sepultura. 

Você consegue sentir a dor dos discípulos, a confusão, a angústia e o medo? Eles tinham uma grande expectativa com Jesus. Mas eles não entenderam que tipo de Rei Jesus era, que tipo de Reino ele veio trazer, que tipo de mudança ele estava realizando. 

Hoje em dia tem muita gente confusa em relação a Jesus, como os discípulos naquele sábado. Muita gente não entendeu que tipo de Rei é Jesus. Alguns, ao invés de crerem em Jesus, creem em uma figura imaginária, fruto da própria imaginação, e não no Jesus verdadeiro. Alguns acham que Jesus é um tipo de guru, um mero mestre, que veio apenas para ensinar coisas boas. Se Jesus é só isso, ele continua um homem morto! Alguns acham que Jesus é algum tipo de gênio da lâmpada: "se eu for fiel à ele e servi-lo, ele é obrigado a fazer o que estou pedindo/determinando". Alguns acham que Jesus foi mais um fundador de religião, ou um filósofo, ou um líder revolucionário. Tem tanta gente que não entende até hoje quem é Jesus! Para todos esses, Jesus ainda é um homem morto!

Jesus é muito mais que tudo isso. Jesus é maior que Israel jamais sonhou. Jesus é maior do que os discípulos jamais imaginaram. A sua cruz e ressurreição mudaram tudo! Mas, naquele sábado, os discípulos ainda não haviam entendido nada! Eles estavam confusos e desorientados, como muitos entre nós!

Talvez você também esteja confuso em relação à Jesus. Onde está Jesus agora? Onde está Jesus em meio à pandemia, à crise econômica, à morte? Afinal, a Páscoa é uma notícia realmente tão boa assim? Claro que é, mas esse é o assunto da nossa meditação para amanhã. Amanhã quero refletir com você como a Páscoa mudou tudo, mudou a história, mudou o mundo! Mas esse é o assunto de amanhã. Hoje, a sepultura de Jesus e a tristeza dos discípulos nos convidam a olhar para as sombras do nosso coração, para a nossa angústia, para as nossas expectativas erradas sobre Jesus e para nos deixar confrontar com o seguinte: Quem é Jesus para mim? Ele é o Rei que mudou tudo, ou uma pessoa querida que permanece morta?

sexta-feira, 2 de abril de 2021

Meditações sobre a Semana da Paixão 2021 - Jesus morre na Cruz numa Sexta Feira (Mc 15.1-47)

 No Evangelho segundo Marcos a Sexta-feira é o dia registrado com maior cuidado. Sabemos até mesmo o horário em que tudo acontece: 

Entre as 06h00m e as 09h00m, Jesus é condenado à pena de morte por crucificação (Mc 15.1-20).

Às 09h00m Jesus é crucificado (Mc 15.25). 

Entre as 12h00m e as 15h00m houve trevas (Mc 15.33). 

Às 15h000m Jesus morre na cruz (Mc 15.33-37) e é SEPULTADO próximo às 18h00m (Mc 15.42-47). 


Mas qual é o significado da Cruz de Cristo? Por que Ele morreu na Cruz numa sexta-feira? 


A CRUZ COMO SÍMBOLO HORRÍVEL E INSTRUMENTO DE SUBMISSÃO E MORTE. Em primeiro lugar, precisamos entender o que era a cruz no mundo antigo. A cruz era um símbolo horrível de dominação e morte. Era um símbolo político. O Império Romano se utilizava da condenação à morte por crucificação para constranger, humilhar, dominar e garantir a chamada Paz Romana (submissão e ordem). Nos acostumamos com a cruz como algo "bonitinho" ou "religioso", fazemos bijuterias com a cruz, mas quando alguém contemplava uma cruz na época do mundo antigo a visão era de assombro, medo, pavor! A cruz era uma instrumento de dominação do poder romano, que trazia um sofrimento extremo, uma humilhação extrema, uma morte horrível. Surgiu até uma palavra para expressar o horror da cruz: "excruciante". O processo de crucificação é tão horrível que foi necessário criar uma palavra nova para expressar todo sofrimento que ela traz. Os Romanos se utilizavam da cruz para sujeitar as pessoas, para acabar com revoltas e rebeliões contra o Império. Quando Jesus era menino, na Galiléia, os romanos haviam crucificado milhares de judeus rebeldes, que queriam a independência judaica. Quando os judeus se rebelaram contra Roma no ano 70 d.C., milhares de judeus novamente foram crucificados. A crucificação era um grande símbolo de poder, de dominação, de opressão e violência. Hoje, quando meditamos na cruz de Jesus, precisamos nos lembrar disso. 

LÍDERES JUDEUS, PILATOS E JESUS. Jesus é o Rei, o Messias, mas não era o Messias que os judeus aguardavam. Por isso o Sinédrio, o tribunal judaico, condena Jesus por blasfêmia, mas com implicações políticas. Os lideres judeus entendiam que Jesus era um tipo de falso profeta que estava conduzindo o povo ao erro, principalmente em relação ao Templo de Jerusalém, pois as palavras e ações de Jesus indicavam que o Templo era alvo do juízo de Deus. A atitude de Jesus em relação ao templo estava ligado à identidade de Jesus como Messias. Quando Jesus afirma que é o Cristo, os líderes judaicos encontram não uma blasfêmia, mas um motivo para condenar Jesus diante dos Romanos. Qualquer um que se declarasse Rei estaria se levantando contra os Romanos. E aí algo curioso acontece: a história deixa claro que os judeus estavam sempre envolvidos em revoltas contra Roma. Jesus é o Rei, mas seu reinado não trilha o caminho da violência e da guerra armada. No entanto, os judeus levam Jesus diante do governador romano Pôncio Pilatos, sob a acusação de que Jesus afirmou ser o Messias, justamente para que fosse condenado à morte pelos Romanos. Na época da Páscoa era comum os judeus se inflamarem e realizarem revoltas contra os romanos. Tudo o que Pôncio Pilatos queria era evitar confusão. Ironicamente, Barrabás, um judeu revolucionário que havia matado um homem num motim, é solto, mas Jesus é condenado à morte de cruz! 

DEUS E A CRUZ. Mas precisamos entender a cruz não apenas do ponto de vista do Império Romano, mas do ponto de vista do que Deus estava realizando. A cruz é a expressão mais clara, impressionante e maravilhosa de quem é Deus. Deus é Amor. Por isso, o Pai envia seu Filho Amado, no poder do Espírito Santo, para nos salvar. Mas como Deus faz isso? O Filho de Deus se fez homem e recebeu o nome de Jesus. Ele atraiu todo o mal, todos os poderes do pecado, da morte e da violência contra si mesmo, para triunfar sobre eles. Ele tomou o lugar dos traídos, abandonados, injustiçados, cansados, sobrecarregados, tristes e abatidos. Ele sofreu a violência dos poderes políticos, religiosos e econômicos, sendo condenado à morte de cruz por Roma. Ele tomou sobre os próprios ombros a culpa pelo pecado do mundo inteiro na cruz. Para trazer salvação Deus deveria executar juízo sobre o mal, o que é feito na cruz. Mas ao invés de Deus punir o mal nos pecadores, Deus pune o mal em si mesmo, na cruz. Todos nós pecamos contra Deus e contra o próximo, mas ao invés de derramar a sua ira sobre nós, Deus toma a ira sobre si, como um pai que se joga diante do filho e recebe um tiro em seu lugar. Jesus tomou sobre si nosso pecado, maldição, culpa, sofrimento e morte na cruz, para que pudesse derramar sobre nós do seu perdão, bênção, restauração, vida e alegria. Deus transformou um instrumento de horror e morte num instrumento de amor, perdão e paz! A cruz de Jesus é a expressão mais horrível do pecado dos homens, que condenaram o único justo ao sofrimento terrível e à morte. Mas ao mesmo tempo a cruz é a expressão mais maravilhosa do amor de Deus, que nos acolhe, ama e perdoa através da justiça realizada na Cruz. Em Jesus nossos pecados foram punidos e nós fomos perdoados, reconciliados, aceitos e feitos filhos de Deus pela graça! Jesus trouxe à cruz um significado completamente diferente! Ele tornou o instrumento de horror e morte em instrumento de amor, graça e perdão! 


Mas não podemos esquecer o quanto tudo isso custou. Estamos vivendo tempos difíceis de doença, crise financeira, morte, angústia e depressão. Mas quando olhamos para Jesus contemplamos o peso insuportável que ele carregou sobre si na cruz por amor de nós. Jesus sofreu de uma maneira que jamais vamos entender. E ele não precisava passar por nada disso. Ele conhece a nossa dor e o nosso sofrimento, nos conhece pelo nome e é poderoso para nos fortalecer, consolar e sustentar. A Cruz de Jesus deve trazer luz à nossa vida. O sacrifício único e suficiente de Jesus na Cruz demonstra que somos amados, perdoados e aceitos por Deus em Cristo. O mal e o sofrimento são reais, mas o amor de Deus e a sua graça são muito maiores, além de qualquer comparação. 


Aquele que foi crucificado por amor a nós é o Rei. Ele vai dar a última palavra na nossa vida. Por isso confie nEle, espere no seu amor e saiba que Ele é soberanos e está no controle. "No dia alegre Deus é bom e é digno de ser louvado. No dia triste Deus é bom e é digno de ser louvado". 


ORAÇÃO. "Senhor Jesus, obrigado pelo seu sacrifício único e suficiente na cruz. Obrigado por vir ao nosso encontro e tomar sobre si nosso pecado, culpa, sofrimento e morte, para que o Senhor derrame sobre nós do seu amor, perdão, alegria e graça. Te louvamos pois o Senhor transformou a cruz, um instrumento horrível de sofrimento e morte, numa instrumento do Seu amor, perdão e graça. Te louvamos pelo alto preço que o Senhor pagou, para o nosso perdão e salvação. Que nestes dias difíceis que estamos vivendo possamos encontrar no Senhor, no seu sacrifício de amor, a alegria, a esperança e a paz que precisamos. Que toda honra, toda glória e todo louvor sejam dados a ti, nosso amado Senhor e Salvador. Oramos agradecidos em teu nome. Amém!"

quinta-feira, 1 de abril de 2021

Meditações sobre a Semana da Paixão 2021 - Pavor e Angústia, Traição e Prisão - mas com um sinal de esperança - a Quinta-feira de Jesus (Mc 14.12-72)

Há muita morte e tristeza nos nossos dias. Muitos mortos, doentes, desempregados. Muitos se sentindo sozinhos, deprimidos e sem esperança. Parecia que a pandemia estava acabando, mas em 2021 ela começa de novo, pior e mais forte. Tempos difíceis. Mas olhar para Jesus naquela quinta-feira da Semana da Paixão pode mudar tudo na nossa vida, dar um novo rumo ao nosso coração quebrado. 

O clima era pesado e de morte. Dava para sentir a tensão no ar. Os líderes judaicos, juntamente com Judas, há haviam feito um pacto contra Jesus. E Jesus anuncia profeticamente que será traído por um dos discípulos (vv. 17-21). 

Mas surge um sinal de esperança. Jesus celebra a Páscoa com os seus discípulos. A Páscoa judaica celebrava a libertação de Israel da escravidão do Egito. Mas, ao celebrar a Ceia da Páscoa com os seus discípulos, algo novo acontece. O pão e o vinho não estão apontando mais para o antigo significado judaico, mas para o corpo e o sangue de Jesus. Em meio à todo perigo, tensão e angústia daquela hora, Jesus estabelece uma Ceia que aponta para aquilo que ele estava fazendo, ao estabelecer uma Nova e Eterna Aliança, através da sua cruz e ressurreição. Jesus já havia anunciado antecipadamente a sua cruz e ressurreição (Mc 8.31-33), mas o faz agora de uma maneira nova, instituindo um sacramento, uma refeição em que Ele manifesta a Sua presença: a Ceia do Senhor. A Ceia revela que tudo aquilo que está acontecendo (perseguição pelas autoridades, traição de Judas, negação e abandono pelos discípulos, condenação pelo tribunal judaico, morte na cruz) está debaixo da soberania de Deus. O Senhor está orquestrando tudo, inclusive o que as pessoas fazem de certo ou errado, para que o Reino de Deus se estabeleça, através do sacrifício de amor na cruz e da vitória da ressurreição! Nada estava fora da soberania de Deus! E Jesus afirma que, apesar do anúncio da própria morte, beberá o vinho novo no Reino de Deus, pois a morte não poderá derrotá-lo. 

Mas a quinta feira não terminou! Jesus já havia indicado que um dos discípulos o trairia. Agora anuncia que, diante da sua morte tão próxima, os discípulos ficariam perdidos e atordoados - e o próprio Pedro o negaria. Pedro e os demais discípulos afirmaram que Jesus estava enganado, que eles jamais o abandonariam ou negariam. Sempre erramos feio quando não ouvimos a voz do Senhor!

A seguir Jesus vai com seus discípulos ao Getsêmani, para orar. Ele já sabia tudo o que iria acontecer e já o havia anunciado aos seus discípulos antecipadamente. Jesus já sabia o que o aguardava: traição, negação, abandono, perseguição, tortura, humilhação, injustiça, condenação injusta e uma morte longa e dolorosa que chegava através de um longo processo por asfixia, resultando num ataque cardíaco. Era o peso de suportar todo mal e toda culpa do mundo sobre si, para nos salvar. Apesar de saber há tanto tempo o que o aguardava, é apenas no Getsêmani que Jesus é tomado de angústia, o que demonstra um extraordinário equilíbrio! Em tempos de tanta ansiedade como os que vivemos, é impressionante perceber como Jesus vivia um dia de cada vez e não permitiu que a ansiedade tomasse conta do seu coração e da sua vida! No Getsêmani Jesus ora ao Pai, expressa o seu desejo de não passar pela dor e sofrimento insuportáveis que o aguardavam, mas se entrega à vontade do Pai - e não ao próprio desejo. Jesus está vulnerável, sofrendo, mas está pronto para encarar a sua hora, por amor ao Pai e para a nossa salvação! Jesus encontra os discípulos dormindo, esgotados diante de toda angústia daquele momento. Jesus vigiou e orou. Os discípulos não. Jesus se levanta, firme, após orar ao Pai, para encarar a sua hora. 

Judas chega com um grande número de soldados armados e trai Jesus com um beijo - o sinal  que indicaria aos soldados quem deveria ser preso. Jesus é levado ao Sinédrio, ao tribunal judaico, que procura condená-lo de alguma maneira, mas os depoimentos não eram coerentes. Em resposta ao sumo sacerdote, Jesus afirma a verdade: Ele é o Cristo, o Filho do Deus bendito, o Filho do Homem (vv. 61-62). Ele é condenado por blasfêmia, por dizer a verdade. Então todos passam a maltratá-lo, insultarem  e a cuspir nele, dizendo: "profetize"! Mas ele já havia profetizado!

Os discípulos não vigiaram e oraram no Getsêmani. Jesus resiste à tentação e se mantém fiel à vontade do Pai. Já os discípulos falharam: traíram, abandonaram e negaram a Jesus. Felizmente a história não dependia do fracasso dos discípulos, mas da vitória de Jesus. 

Todos pecaram, todos falharam, menos Jesus. Jesus não tapou o sol com a peneira, não fez de conta que a dor, o sofrimento, o mal, a traição e a morte não fossem reais. Mas ele encarou tudo com confiança no Pai e por amor de nós. Todos os demais fracassaram, pecaram e falharam. Mas Jesus não nos abandonou. Ele não deixou de nos amar. Na verdade, ele não precisava sofrer nada daquilo, mas sofreu por amor a todos nós. 

Nesses dias de doença, morte, crise e angústia precisamos olhar para Jesus e para os discípulos. Quem definiu a história não foi o fracasso dos discípulos, mas a vitória de Jesus. Como na Ceia, Jesus continua manifestando sua presença entre nós, para encher o nosso coração de fé e esperança. Devemos vigiar, orar, confiar em Deus e viver na sua presença. Mas, mesmo quando vacilamos, erramos ou falhamos, Jesus continua o mesmo, continua sendo Rei, continua sendo salvador, continua a manifestar a sua presença nossa vida. Quem define a história  não é o sofrimento, a morte ou mesmo nossas próprias falhas, pecados e fraquezas. Quem define a história é Jesus! Ele continua manifestando sobre nós a sua presença real e trazendo esperança em meio à tanta dor e sofrimento. 

ORAÇÃO. "Senhor Jesus, não há quem possa ser comparado a ti. Obrigado por nos amar de tal maneira que o Senhor tomou sobre si nossa angústia, sofrimento e morte, para derramar sobre nós da sua alegria, do seu amor e da sua vida. Como é bom saber que o Senhor nos ama, mesmo nos momentos em que nos encontramos fracos, cansados e desanimados. Como é bom saber que o Senhor não nos entrega ao desespero, mas nos oferece da Sua Presença, que renova o nosso coração e a nossa mente para uma viva esperança em ti. Tu és digno de toda honra e toda a glória, pois tudo o que o Senhor sofreu foi por amor de nós e em nosso favor. Louvamos o teu nome em amor e gratidão, em esperança e fé. Amém". 

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