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quarta-feira, 2 de julho de 2014

Malévola, o Mal e a Liberdade


Semana passada a minha filha Letícia, de 6 anos, começou a falar comigo do personagem de contos de fada que estreiou recentemente no cinema, numa releitura do conto popular. Trata-se da Malévola, personagem interpretado pela atriz Angelina Jolie. A minha filha não assistiu ao filme, mas comentou o que ouviu dos amigos na escola, que o assistiram. A Letícia me disse o seguinte:
- "Papai, a Malévola não é malvada, pois ela era uma linda fada que teve as suas asas arrancadas pelos pais da Bela Adormecida. Ela não é má, pois só jogou o feitiço na Bela Adormecida porque eles é que fizeram o mal para ela!".
Esta mensagem reflete os valores da sociedade de hoje. Para auxiliar a minha filha na reflexão, fiz a ela algumas perguntas:
- "Filha, o que fizeram com Jesus?"
- "Bateram nele, prenderam, colocaram uma coroa de espinhos e prenderam Jesus para morrer na cruz", respondeu ela.
- "Isso é uma coisa boa ou ruim?"
- "Muito ruim", ela respondeu. Então, perguntei:
- "E como foi que Jesus reagiu?". Ela ficou em silêncio. Então eu respondi:
- "Jesus orou ao Pai e disse: ´Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem´" (Lc 23.34).
Então, perguntei novamente para ela:
- "Filha, a Malévola pagou o mal com o bem ou com o mal?"
- "Com o mal", ela respondeu. Então perguntei:
- "E Jesus, pagou o mal com o bem ou com o mal".
- "Com o bem!", respondeu ela. Então eu disse:
- "Quem recebe o mal e paga com o mal, foi vencido pelo mal. Quem paga o mal com o bem, mostra que o bem venceu em sua vida. Jesus é bom, por isso ele retribui o mal com o bem, e ensina que a gente deve fazer o mesmo".

A Letícia não assistiu ao filme. No filme, a "Malévola", a vilã do conto de fada, se torna a nova heroína. Ao final do filme, é dito: "No final, o reino foi unificado não por um herói ou um vilão, como previra a lenda, mas por alguém que era tanto herói como vilão. E seu nome era Malévola". E eis que, na nossa cultura, os vilões estão se tornando os novos heróis!

No Evangelho segundo João, Jesus ensina o seguinte:
"Em verdade, em verdade vos digo: todo o que comete pecado é escravo do pecado. Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres" (João 8.34,36).
Só é livre quem não é escravo do pecado, da injustiça, da maldade. Jesus é livre. E só alguém que é verdadeiramente livre pode nos libertar. Ele foi o único que, tendo sido tentado em todas as coisas, jamais pecou (Hebreus 4.15). E é poderoso para nos libertar! (Hebreus 2.18).

Para a Letícia, que não assistiu ao filme, o diálogo que tive com ela, registrado acima, continua válido, pois a informação que ela tinha era a seguinte: a Malévola lançou um feitiço contra a Aurora, mas não é má, pois apenas se vingou do mal que sofreu. Eu não havia assistido ao filme quando conversei com ela. Após o diálogo, assisti ao filme. A mensagem do filme pode ser avaliada na perspectiva do arrependimento, do perdão e do amor verdadeiro, temas legitimamente cristãos. Mas ainda me incomoda profundamente a apropriação de símbolos "malévolos" como expressão de heroismo, virtude e justiça!

Que Jesus Cristo, pelo seu amor demonstrado na cruz, pelo poder da sua ressurreição e pelo exemplo de sua vida irrepreensível de amor, graça e misericórdia, nos liberte, nos livre do mal e nos dê a verdadeira liberdade!

Liberdade é poder: poder de pagar o mal com o bem!

Fonte da imagem: http://imguol.com/c/entretenimento/2014/03/10/malevola-com-angelina-jolie-ganha-novo-cartaz-nacional-1394473284642_749x1100.jpg

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