Nossos links

terça-feira, 30 de março de 2021

Meditações sobre a Semana da Paixão 2021 - O Confronto entre Jesus e os partidos judaicos na terça-feira (Mc 11.20-13.37)

 A semana havia começado bem. Jesus entra em Jerusalém e o povo o recebe com alegria e entusiasmo, em meio à expressão de celebração e festa, reconhecendo os temas do Reinado de Deus. Jesus reivindica o reino ao entrar em Jerusalém, e tudo termina bem naquele domingo de ramos. Mas o que aconteceu na segunda vai marcar a semana. 


Jesus desmascara a idolatria, a violência e a injustiça judaicas. O povo que Deus chamou, para ser uma benção para todas as famílias das nações, se aparta de Deus e da sua Missão no decorrer da sua história. O templo, ao invés de Casa de Oração para todas as nações, se torna um covil de salteadores, um lugar em que judeus revolucionários se voltam contra as nações. Assim, tanto o Império Romano pagão quanto Israel se tornam faces da mesma moeda, marcados pela disputa pelo poder, pela violência, opressão e morte. Não há grande diferença entre os religiosos judeus e os pagãos! Apesar das orações, da moralidade, dos dízimos, das esmolas, das escrituras e do culto, Israel estava tão distante de Deus quanto os pagãos! A prova maior da distância entre Israel e Deus é a rejeição do Messias. O namoro acabou na segunda. Na terça os vários partidos judaicos (saduceus, fariseus, escribas, herodianos, etc) entram em polêmicas com Jesus. 


Mas será que não poderia ser diferente? Jesus não poderia ter passado a mão na cabeça dos judeus, para que houvesse paz? NÃO! Jesus não veio trazer uma falsa paz baseada na mentira e na falsidade. Jesus é a favor de todos, mas ao confrontar Israel com sua idolatria, com o abandono do chamado de Deus de ser benção a todas as nações, ao confrontar o pecado, a violência e a opressão dos partidos judaicos, Jesus se mostra à favor de Israel, chamando ao arrependimento e à submissão ao Reinado de Deus. 


Em todas as polêmicas Jesus deixa claro que Ele é o Messias, o verdadeiro Rei, aquele que tem autoridade não apenas sobre Israel, mas sobre todas as nações. Mas, diante do episódio do templo na segunda, como ensina a parábola dos lavradores maus, os vários partidos judaicos continuam a fazer o que Israel fazia durante a sua história: não apenas maltrataram e mataram os profetas enviados por Deus, mas agora intentavam contra o próprio Filho de Deus, para que o Reino pudesse pertencer a eles - como se isso fosse possível. O Reino pertence a Jesus. Por isso ninguém fica indiferente diante de Jesus. O Rei chama a todos ao arrependimento e à vigilância, à oração e à adoração, à justiça, à misericórdia e ao perdão. 


O episódio do templo traz à luz uma triste realidade: a diferença entre o verdadeiro Messias, Jesus Cristo, e o falso Messias da imaginação judaica. Enquanto o chamado de Deus para Abraão e Israel era para abençoar todas as famílias de todas as nações, Israel começa a achar que a bênção não era para as nações, mas apenas para Israel. Israel não compreende a eleição: O povo de Deus é eleito não para excluir os outros, mas para incluir as pessoas no Reino de Deus. O Templo, que deveria ser Casa de Oração para todas as nações, se torna centro de revolucionário de luta contra as nações. Hoje, infelizmente, muitas pessoas tem deixado o verdadeiro Jesus por um falso Messias, fruto da própria imaginação. Alguns vêem Jesus como um tipo de gênio da lâmpada, que deve fazer o que queremos. Outros pensam em Jesus como um conservador sempre disposto a apedrejar pecadores - como faziam os fariseus. Outros ainda pensam em Jesus como um progressista, que prega um tipo de liberdade em que cada um faz e vive como bem entende, de acordo com os próprios desejos, preferênias e paixões. Mas Jesus continua o mesmo. Ele não é um mero guru ou mestre que ensina coisas bonitas, mas Ele é o Rei do Universo! Ele continua nos confrontando com a nossa idolatria, injustiça e violência, continua nos chamando ao arrependimento e nos acolhendo com amor, graça e perdão. Ele é o Rei que não fica nos jogando uns contra os outros, mas nos chama a vivermos em amor, justiça e paz através do Seu Reinado sobre todos nós. Jesus é o verdadeiro Rei, o único Senhor, o único Salvador. 


Jesus rejeitou as ideologias que colocam uns contra os outros (judeus contra gentios, ricos contra pobres, escravos contra livres) denunciando o pecado de todos e chamando a todos ao arrependimento. Hoje a igreja precisa entender também quem é que tem autoridade: O Messias Jesus Cristo ou os falsos messias e ideologias que insistem em jogar uns contra os outros. Jesus disse: "o que, porém, digo a vocês, digo a todos: vigiem!" (Mc 13.37). 


ORAÇÃO. "SENHOR, obrigado pela tua graça e pelo teu amor, pela tua justiça e perdão. Tem compaixão de nós para que não sejamos como os judeus que, apesar de orar, jejuar, auxiliarem o necessitado, lerem a tua Palavra e demonstrarem uma vida moralmente correta, mesmo assim se afastaram do Senhor e do teu chamado. Mesmo sendo tão religiosos rejeitaram o teu Reino e quiseram edificar o seu próprio reino, baseado na exclusão, na violência e na opressão. Senhor, tem compaixão de nós, para que vivamos como teus discípulos, no poder do teu Espírito, seguindo os passos do Senhor. Que pela tua graça, a nossa vida seja para a tua glória e para abençoar aqueles que estão ao nosso redor, inclusive os nossos inimigos, pois quando éramos teus inimigos o Senhor nos amou e se entregou para a nossa salvação. A ti a nossa gratidão e louvor, e a nossa oração em teu Nome. Amém!"

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Leia nossos posts!

Leia nossos posts!