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sexta-feira, 21 de novembro de 2014

A Igreja é open bar?


Certa vez, ouvi o relato da conversa de um amigo com um mendigo alcoólatra. O mendigo havia dito o seguinte: "Eu bebo sim, e sou feliz assim. E eu bebo porque a Bíblia diz: ´Dai bebida forte aos que estão sofrendo, para esquecer do seu sofrimento'. Falou?".

De fato, o homem citou dois versos da Bíblia, que estão no livro de Provérbios:

"Dai bebida forte aos que perecem e vinho, aos amargurados de espírito; para que bebam, e se esqueçam da sua pobreza, e de suas fadigas não se lembrem mais" (Pv 31.6-7).

Já sei, já sei, tem gente que até se animou a ler mais a Bíblia, depois destes versos!
É fato que algumas pessoas querem ser mais santas que Jesus. Jesus comia e bebia com pubicanos e pecadores, atraindo a ira dos religiosos da época (Mt 11.16-19; Mc 2.15-17). Aliás, o primeiro milagre de Jesus foi transformar água em vinho numa festa de casamento (Jo 2.1-11). E mais: Jesus afirma que no Reino de Deus haverá vinho
"Em verdade vos digo que jamais beberei vinho, até àquele dia em que o hei de beber, novo, no reino de Deus. Tendo cantado um hino, saíram para o monte das Oliveiras" (Mc 14.25-26).

Ou seja, enquanto bebia vinho, afirmou que beberá um vinho novo no Reino de Deus.

Há três reações em relação à bebida e a fé em Cristo:
a) Há os que vão querer justificar os excessos usando a Bíblia para isso, afirmando que não há limite para a bebida (posição "liberdade sem responsabilidade");
b) Há os que vão querer justificar a proibição completa de bebida alcoólica (posição "responsabilidade sem liberdade);
c) Há os que vão justificar a utilização moderada da bebida, (posição "liberdade com responsabilidade").

Vivemos em um país onde muita gente sofre com o vício da bebida, o qual prejudica nossos relacionamentos profissionais, familiares, religiosos e, até mesmo, nosso equilíbrio emocional. Nestes casos, quando a bebida é um problema para a pessoa, ela deve se abster. Um dia, conversando com um amigo (Massao Kojo), perguntei a ele por que havia jogado pelo ralo da pia todas as bebidas alcoólicas que tinha em sua casa, quando ele creu em Cristo. Sua resposta foi a seguinte: 
"Você não precisou fazer isso, pois nunca teve problema com bebida; no meu caso, eu precisei, pois eu bebia demais". 
Por outro lado, alguns radicalizam na proibição da bebida, assumindo uma posição que Jesus e a Igreja antiga nunca assumiram (Mt 11.19; 1Tm 5.23). A Bíblia nunca proibiu a bebida alcoólica em si, mas sim o seu excesso, que podemos chamar de "embriaguez" - aquele estado em que a pessoa perde o domínio de si, fala e faz o que não deve e colhe o que não quer (Lc 21.34; Ef 5.18).
Não podemos nos esquecer que a nossa liberdade em Cristo é limitada também pelo nosso amor ao próximo: 
"Assim, pois, seguimos as coisas da paz e também as da edificação de uns para com os outros. Não destruas a obra de Deus por causa da comida. Todas as coisas, na verdade, são limpas, mas é mau para o homem o comer com escândalo. É bom não comer carne, nem beber vinho, nem fazer qualquer outra coisa com que teu irmão venha a tropeçar [ou se ofender ou se enfraquecer]. A fé que tens, tem-na para ti mesmo perante Deus. Bem-aventurado é aquele que não se condena naquilo que aprova. Mas aquele que tem dúvidas é condenado se comer, porque o que faz não provém de fé; e tudo o que não provém de fé é pecado" (Rm 14.19-23).

Mas, e o texto de Provérbios?
Lembra da história do mendigo alcoólatra? Eu ouvi esta história junto com um outro amigo, o Edivalgo Romagnoli, o qual fez, na ocasião, a seguinte (sábia) observação:
"O mendigo alcoólatra é amado por Deus e, por isso, a pessoa que ouviu estas palavras deveria ter falado e demonstrado que Deus tem algo melhor do que bebida para os cansados e amargurados de espírito: Jesus Cristo, o pão da vida, a água da vida, que sacia a nossa fome e a nossa sede, que nos liberta de uma vida de escravidão para uma vida plena de alegria e paz no Espírito".

Ora: "Declarou-lhes, pois, Jesus: Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede" (João 6.35).

Recentemente, estavamos conversando num grupo de amigos, quando alguém disse que todos deveriam ir à igreja. Um deles, com muito humor, perguntou o seguinte: "A Igreja é open bar?". Open bar é quando ocorre uma festa com bebida à vontade, sem limite por pessoa. A igreja, enquanto instituição com CNPJ e nome fantasia, não é open bar. Mas a Igreja de Cristo, enquanto Corpo de Cristo, é open bar, pois Jesus disse: "onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles" (Mt 18.20). E Jesus é o pão da vida, que mata a fome e sacia a sede. Ele abre seus braços para acolher, para matar a fome e a sede de todo aquele que nEle crê! Quem está em Cristo tem verdadeira comida e verdadeira bebida, que sacia a fome e a sede do coração, sem limite por pessoa!

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