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sexta-feira, 28 de junho de 2013

O que dizer do "Projeto da Cura Gay"?

Você sabe o que é o "Projeto da Cura Gay"? Não sabe? Acha que sabe? Então vamos lá.

1) O QUE A MÍDIA DIZ SOBRE O PROJETO. Para começar, vamos entender o que a mídia está dizendo sobre o "Projeto da Cura Gay". Vamos começar citando uma notícia recente, de ontem (20/06/2013):

"Manifestantes contrários ao projeto da cura gay estão em protesto em PE. Psicólogos sabem como lidar com sexualidade de pacientes, diz aluna. Concentração para passeata acontece na Praça do Derby, no Centro. (...) O chamado projeto da "cura gay" determina o fim da proibição, pelo Conselho Federal de Psicologia, de tratamentos que se propõem a reverter a homossexualidade, liberando os profissionais para atuar em busca da suposta cura gay. O texto foi aprovado na começo da semana na Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal, presidida pelo deputado Marcos Feliciano. Antes de virar lei, o projeto ainda terá de ser analisado pelas comissões de Seguridade Social e Família e de Constituição e Justiça até chegar ao plenário da Câmara".
Fonte: http://g1.globo.com/pernambuco/noticia/2013/06/manifestantes-contrarios-ao-projeto-da-cura-gay-estao-em-protesto-em-pe.html

O texto da Globo.com afirma que o projeto liberaria "os profissionais para atuar em busca da suposta cura gay". Mas será que é isso mesmo? Veja algumas afirmações de "O Globo.com" acima:
1) O projeto trata da "cura gay";
2) A estudante afirma que "psicólogos sabem como lidar com sexualidade de pacientes";
3) O "Projeto da cura gay" determina "o fim da proibição de tratamentos que se propõem a reverter a homossexualidade, liberando os profissionais para atuar em busca da suposta cura gay";
4) O texto foi aprovado  pela comissão presidida pelo deputado Marcos Feliciano".

Agora você vai poder comprovar abaixo que:
1) O Projeto não aumenta uma vírgula a Resolução do Conselho Federal de Psicologia; logo, não trata de "cura gay" - expressão, aliás, que o projeto jamais trouxe e que, pasmem, procura exatamente retirar da Resolução do Conselho Federal de Psicologia!;
2) Se o que a psicóloga disse é verdade, ou seja, que "os psicólogos sabem como lidar com a sexualidade dos pacientes", ela vai concordar com a PDL 234/11, pois o que este projeto procura é exatamente devolver esta autonomia para os psicólogos!;
3) O PDL 234/11 não propõe "o fim da proibição de tratamentos que se propõem a reverter a homossexualidade, liberando os profissionais para atuar em busca da suposta cura gay" pois o que está sendo proposto não é a eliminação do caput do Art. 3° da Resolução do Conselho Federal de Psicologia, que trata deste assunto, mas apenas do parágrafo único deste artigo e do Art 4°;
4) Ok, esta é a única afirmação divulgada pela Globo.com no texto citado acima que eu concordo. Para mim o Marcos Feliciano presta um desserviço para os cristãos brasileiros. No entanto, o fato de eu não gostar dele não é motivo para que eu me coloque contra o Projeto de Decreto de Lei com o qual ele concorde!

Vamos prosseguir...

2) O QUE É O PROJETO. O Projeto não fala nada sobre "cura gay". O Projeto de Decreto Legislativo 234/11 (ou simplesmente PDL 234/11), do deputado João Campos (PSDB-GO), torna sem efeito o parágrafo único do Artigo 3º e todo o Artigo 4º da Resolução 1/99 do Conselho Federal de Psicologia (CFP). Pois bem, o que seriam o parágrafo único do artigo 3º e o Art. 4º desta Resolução, que o projeto propõe eliminar (em itálico)? Vamos conferir, inclusive o caput do Art. 3º, que não será alterado:

"Art. 3° – os psicólogos não exercerão qualquer ação que favoreça a patologização de comportamentos ou práticas homoeróticas nem adotarão ação coercitiva tendente a orientar homossexuais para tratamentos não solicitados.”
Parágrafo único – Os psicólogos não colaborarão com eventos e serviços que proponham tratamento e cura das homossexualidades.
Art. 4° – Os psicólogos não se pronunciarão, nem participarão de pronunciamentos públicos, nos meios de comunicação de massa, de modo a reforçar os preconceitos sociais existentes em relação aos homossexuais como portadores de qualquer desordem psíquica".

Aliás, diga-se de passagem, o PDL 234/11 (apelidado maldosamente de Projeto da Cura Gay) não fala de cura gay. Tanto é que procura eliminar esta expressão equivocada presente não no próprio projeto, mas sim na Resolução do Conselho Federal de Psicologia! É a Resolução do CFP que fala de cura gay e não o projeto!

É curioso que os defensores do aborto afirmam que, no caso de incesto ou estupro, o aborto deva ser aprovado. Mas no caso de alguém sofrer com uma sexualidade que é consequencia de traumas e condicionamentos decorrentes de incesto ou abuso sexual, o sujeito tenha que se submeter a ditatura do politicamente correto promovido pelo Conselho Federal de Psicologia!

Agora, presta muita atenção, o Projeto do Decreto Legislativo 234/11 não altera o caput do Art. 3º, mas apenas o Parágrafo único do 3º e o Art. 4º. E o que isso vai mudar na prática? Vamos dar um exemplo.

3) UM EXEMPLO DA APLICAÇÃO DO PROJETO. Digamos que uma pessoa tenha sido abusada sexualmente quando criança e que não se sinta feliz com a sexualidade que tem vivenciado. A pessoa procura, então, um psicólogo, para superar o trauma de infância, para que possa viver melhor com a sua sexualidade de orientação heterossexual, MAS NÃO PODE, MESMO QUE SEJA A VONTADE DA PESSOA, MESMO QUE A SEXUALIDADE VIVENCIADA SEJA FRUTO DE VIOLÊNCIA, MESMO QUE A DECISÃO DE PROCURAR UM PSICÓLOGO SEJA A EXPRESSÃO LIVRE DE UM CIDADÃO!

CONCLUSÃO. O Projeto do Decreto Legislativo 234/11 não tem nada a ver com "cura gay". Se alguém pode recorrer a um psicólogo para afirmar sua homossexualidade ou bissexualidade, por que alguém que queira deixar para trás a prática homossexual não pode recorrer ao auxílio de um psicólogo? Isso sim é preconceito! É a ditadura das minorias da turminha do politicamente correto: hoje algumas minorias querem impor sua vontade/filosofia e valores para a maioria!

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