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segunda-feira, 14 de novembro de 2016

O que é que eu mais preciso nesta vida?



O que é que eu mais preciso nesta vida? O que há de mais importante nesta vida?

Vejo muita gente buscando a Deus quando as coisas vão mal. Estes pensam o seguinte: "Eu acredito que Deus é poderoso para resolver este problema que eu estou passando". Pode ser problema financeiro, religioso, de relacionamento, de saúde, de "sucesso", .. Não há nada de errado em se interessar por Deus num momento difícil, mas é bem problemático continuar a relação com Deus apenas por este tipo de motivo.
Outros buscam a Deus quando as coisas estão bem, mas quando tudo vai mal, aí, na cabeça deles, "Deus não serve mais", "Deus não é bom", pois os próprios desejos não foram realizados.
Tanto os primeiros quanto os segundos buscam a Deus por mero interesse, interesse naquilo que Deus pode oferecer. Estão buscando a bênção de Deus, mas APENAS a bênção de Deus. São como jovens que namoram pessoas ricas apenas para ganhar presentes. No entanto, se o outro não oferecer mais presentes caros, a relação acabou! Os filhos e filhas de Deus não são assim! Mas, afinal, como vivem os filhos e filhas de Deus?

Os filhos e filhas de Deus buscam a Deus porque O amam! A satisfação deles não está nas bênçãos que Deus pode oferecer, mas na sua presença! Estes vão amar a Deus, mesmo em meio à fome, à violência e à morte! No livro de Daniel, encontramos uma linda passagem. O rei Nabucodonosor fez uma imagem de ouro, e ordenou o seguinte:
"Ordena-se a vós outros, ó povos, nações e homens de todas as línguas: no momento em que ouvirdes o som da trombeta, do pífaro, da harpa, da cítara, do saltério, da gaita de foles e de toda sorte de música, vos prostrareis e adorareis a imagem de ouro que o rei Nabucodonosor levantou. Qualquer que se não prostrar e não a adorar será, no mesmo instante, lançado na fornalha de fogo ardente" (Dn 3.4-6).
No entanto, havia três jovens, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, que não obedeceram ao decreto do rei, por amarem e servirem o Deus de Israel. Diante da ameaça do rei, eles responderam:
"Ó, Nabucodonosor, quanto a isto não necessitamos de te responder. Se o nosso Deus, a quem servimos, quer livrar-nos, ele nos livrará da fornalha de fogo ardente e das tuas mãos, ó rei. Se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses, nem adoraremos a imagem de ouro que levantaste" (Dn 3.16-18).
Ou seja, mesmo que tudo dê errado, mesmo que chegue o dia da violência e da morte, servirei ao Senhor, pois amo o Senhor!

Um dia, alguém me disse o seguinte: "Na vida, o mais importante é a saúde". Eu não concordo! Conheço gente muito bonita e saudável, mas profundamente infeliz! Por outro lado, conheci um casal em que a mulher cuidava do marido, doente há mais de 10 anos, numa cama. A gente mal podia entender o que aquele homem falava, ele não conseguia ir ao banheiro sozinho, não conseguia nem mesmo comer sozinho. Um dia, aquela mulher me confidenciou algo: "Eu não sei o que vai ser da minha vida, quando Deus levar o meu marido!". Aquela mulher não amava o seu marido por aquilo que ele podia lhe dar, mas simplesmente amava o seu marido! Apenas amava aquele homem, na saúde e na doença, na prosperidade e na necessidade, na alegria e na tristeza! É assim que Deus deseja ser amado por nós!

É só Deus quem pode satisfazer o anseio mais profundo da nossa vida. Só Deus pode nos dar uma vida realmente plena (Jo 10.10). Mas, curiosa e paradoxalmente, "quem quiser, pois, salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por causa de mim e do evangelho salvá-la-á" (Mc 8.35). É só se entregando a Deus, é só tomando a nossa cruz, é só se alegrando no próprio Deus que encontramos alegria, satisfação e paz verdadeiras! Por isso a Bíblia nos ensina: "Agrada-te do SENHOR, e ele satisfará os desejos do teu coração" (Sl 37.4). E o coração estará satisfeito em Deus, mesmo que a dor e o sofrimento venham bater à nossa porta. Mesmo que os maus prosperem, a alegria dos filhos de Deus é uma presença, a presença do SENHOR! Mas onde podemos encontrar esta presença, já que "todos pecaram e carecem da glória de Deus" (Rm 3.23)? Ora, esta presença está no Deus conosco (Mt 1.23), em Jesus Cristo, o Filho de Deus:
"No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez. (...) E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai" (Jo 1.1-3,14).

O que é que eu mais preciso nesta vida? Da presença de Deus! Como viver na presença de Deus? Através do Deus conosco, do Filho de Deus, Jesus Cristo, nosso Senhor, que nos reconcilia com Deus e nos satisfaz com a Sua presença em nós, por meio do seu Santo Espírito que em nós habita!

O que eu mais preciso nesta vida é de Jesus Cristo! Só nEle a vida é plena! (Jo 10.10).

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Tiradas da Letícia VIII - "Sem Noção"

Eu estava com meus filhos, Letícia e Miguel, saindo de casa. Ao entrarmos no carro, vimos um outro carro estacionado irregularmente em frente a nossa garagem, nos impedindo de sair. A motorista nos viu entrando no carro, mas não reagiu. Dei partida no carro, mas a mulher, aparentemente distraída, estava tirando alguns objetos do carro. Então, pedi para que ela retirasse o carro da frente da nossa garagem, para que pudéssemos sair. Quando ela finalmente percebeu que estava obstruindo a passagem, aparentemente envergonhada, rapidamente retirou o seu carro da frente e pudemos sair. Ao sairmos, eu disse para meus filhos:
- "Tesourinhos, viram como tem gente sem noção neste mundo?".
Então a Letícia solta a pérola:
- "Pois é, papai, e também tem gente que tem noção, mas quase nunca usa!" - filosofou.
Ri muito.

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Qual é a diferença entre a Religião e o Evangelho?


Homens e mulheres foram criados à imagem e semelhança de Deus (Gn 1.26-27), para expressar o amor e a bondade de Deus na criação. Fomos criador por Deus, por meio de Deus e para Deus (Rm 11.36). Deus é Santo, Poderoso, mais alto que os céus, mas nos criou e humildemente se abaixou para nos alcançar com seu amor. A antropologia e a história deixam claro que o ser humano é religioso por natureza, pois o próprio Deus nos criou para a comunhão com Ele. Sem Deus há um vazio, um desejo ardente e incompreendido, uma insatisfação crônica, que às vezes é amenizada pela criação de Deus, mas só pode ser satisfeita plenamente no próprio Deus. Os poetas sentem e cantam aquilo que, às vezes, nem mesmo eles compreendem: "a saudade que eu sinto de tudo o que eu ainda não vi" ("Índios" - Renato Russo). É o anseio por algo que, muitas vezes, não temos a mínima ideia do que possa ser!

Deus nos criou para uma relação amorosa, livre e responsável com Ele, uns com os outros e com a criação de Deus. No livro de Gênesis, Deus demonstra este amor livre e responsável à medida que não apenas cria o ser humano à sua imagem e semelhança, não apenas coloca num jardim generoso, capaz de lhe dar tudo o que precisa para viver bem, não apenas cria o homem e a mulher como doação mútua de amor e cuidado, mas dá ao ser humano liberdade de ação: liberdade com responsabilidade. Deus oferece uma liberdade generosa ("de toda árvore do jardim comeras livremente" - Gn 2.16), mas com responsabilidade ("mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás" - Gn 2.17).  

A fé cristã fala de uma crise, mãe de todas as crises, chamada pecado. Deus é amor e liberdade. Mas o verdadeiro amor é entrega ao outro. A verdadeira liberdade é desejo pelo bem. A fé cristã nos ensina, em toda a Escritura, a crise gerada pelo desejo de independência e autonomia em relação a Deus, do desejo de "ser como Deus", de definir por si próprio o bem e o mal. O ser humano escolheu o caminho da independência em relação a Deus, escolheu definir o seu próprio caminho, definir o certo e o errado por si próprio, enfim, escolheu o caminho da "autonomia" (ser a própria lei). Rompemos com um lindo relacionamento de amor e liberdade com Deus! Quisemos ser deuses, quisemos nos assentar no Trono do Criador!

Quando escolhemos o caminho da autonomia, deixamos para trás o Éden, o jardim paradisíaco da presença de Deus, e começamos a trilhar o próprio caminho. E o que encontramos? A saudade daquilo que não conhecemos mais direito, o desejo da presença do Criador! Encontramos a frustração de perceber que deixamos o Guia, achamos que éramos guias, mas estávamos todos perdidos, sem conhecer o caminho! Encontramos a decepção conosco mesmos (morte, mentira, violência...). Em alguns momentos, estivemos muito felizes com o "progresso" e com nosso "conhecimento", até sermos desmascarados pelos nossos próprios pecados em Auschwitz, na Bósnia, em Mauthausen, na Ruanda, na Síria...

É neste contexto que surge a RELIGIÃO. A palavra religião expressa o desejo de conexão com o "sagrado", expressa a saudade do Criador. A RELIGIÃO é o esforço humano de se conectar novamente com DEUS. O problema é que Deus é santo demais, poderoso demais, alto demais, inalcançável demais! É como tentar pegar o sol ou as estrelas com as mãos! Toda religião expressa a busca do ser humano em alcançar a Deus. Toda RELIGIÃO é um projeto falido, pois não conseguimos alcançar a DEUS por esforço próprio.

Mas, e o EVANGELHO? O Evangelho NÃO É a tentativa humana de alcançar a Deus, mas algo completamente diferente. O EVANGELHO é a Boa Notícia de que Deus veio para nos alcançar, para nos conectar novamente com ele, para nos religar com Ele! E Deus não nos conecta com ele através de sacrifícios de animais, de ritos, de autoflagelação, de rezas. Em JESUS CRISTO, o único Deus verdadeiro veio ao mundo, para nos reconciliar com Ele. Jesus viveu uma vida maravilhosa de amor, aceitação, perdão e paz, tendo sido tentado em todas as coisas, mas sem pecado algum. Ele tomou sobre si a nossa culpa de maldade e injustiça e a pregou na cruz no seu próprio corpo. Ele viveu como deveríamos viver, amou aos inimigos e pagou o mal com o bem. Tendo morrido na cruz, Ele venceu o mundo, a carne e o diabo, pois não apenas jamais pecou contra Deus e a sua criação, mas triunfou vencendo a morte, ressuscitando ao terceiro dia. Ao ressuscitar, Jesus envia aos nossos corações o Espírito Santo de Deus, que nos renova de dentro para fora, e nos traz conexão com Deus e poder para uma nova vida, na qual o amor e o perdão de Deus são renovados a cada dia. Jesus está assentado, reinando à direita de Deus Pai, até aquele dia, que está chegando, em que Ele vai voltar para destruir o mal que Ele já derrotou na cruz e na ressurrreição.

A religião é o esforço humano para alcançar a Deus. O problema é que o ser humano jamais consegue alcançar a Deus através dos seus próprios esforços! A religião é o fracasso da criatura em buscar alcançar o Criador do seu próprio jeito.
O Evangelho é a Boa Notícia de que não foi o ser humano que alcançou a Deus, mas de que o próprio Deus nos alcançou, através do Seu Filho Jesus Cristo. Na cruz e na ressurreição de Jesus, bem como na sua presença em nossa vida através do Espírito Santo de Deus, somos perdoados por Deus e capacitados para uma nova vida de amor, justiça e paz, uma vida conectada com o único Deus Criador.

Creia no Evangelho. Viva o Evangelho. Anuncie o Evangelho.


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