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quarta-feira, 30 de abril de 2014

Deus não é um homem branco...

Em tempos de trocloditas e bananas, é sempre bom lembrar que Deus não é um homem branco.




Indicação dos amigos Lincoln Pinesso e Isis.

sábado, 19 de abril de 2014

O segundo dia do início da minha vida

Dizem que a vida começa aos 40. Sendo assim, hoje para mim é um dia muito especial, entre outros, pelos seguintes motivos:
a) Hoje celebramos a Páscoa, a celebração da vitória da vida sobre a morte, através da cruz e da ressurreição de Jesus Cristo, nosso Senhor;
b) Hoje é o segundo dia do início da minha vida!


sexta-feira, 18 de abril de 2014

As 7 palavras da cruz



A Páscoa é o coroamento da semana da Paixão, fundamento do Evangelho: “Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras” (1Corintios 15.3-4).
Antes de morrer pelos nossos pecados e ressuscitar para a nossa salvação, Cristo, na cruz do Calvário, pronunciou sete palavras, ou frases, que expressam de maneira maravilhosa quem é Ele e qual a missão para a qual Deus Pai o enviou ao mundo (João 3.17). Vamos agora meditar sobre as sete palavras da cruz.


INTRODUÇÃO
                As autoridades religiosas tramaram contra Jesus, incitando a multidão a pedir a sua crucificação. A multidão clamou: “Crucifica-o, crucifica-o”. Pressionaram também Poncio Pilatos, que ao invés de agir de acordo com a justiça, cedeu a pressão das massas (opinião pública) – ver Mc 15.6-15. E alguns ainda dizem que “a voz do povo é a voz de Deus!”. Jesus foi, então, condenado injustamente a morte de criminosos, morte de cruz, morte maldita segundo a Lei de Deus (Deuteronômio 21.23). Paulo nos ensina que “Cristo nos remiu da maldição da Lei tornando-se maldição por nós”. (Gálatas 3.13).
                Ao contrário do que vemos em quadros ou esculturas, na época do Novo Testamento os crucificados eram presos nus no madeiro. Além de todo o sofrimento físico, havia a dor da vergonha, além da dor da opressão e da violência que ferem o coração. Jesus, na cruz, sofreu com toda a intensidade de todas as maneiras imagináveis.
                A cruz tem um duplo aspecto: humano e divino. No aspecto humano, foi a maior tragédia de injustiça que já aconteceu, pois o único ser humano que jamais pecou (Hebreus 4.15) foi condenado a morte de cruz. Nunca houve e nunca jamais haverá injustiça tão grande sobre a terra! A cruz é o testemunho claro de que “todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Romanos 3.23). A cruz é um espetáculo horrendo da nossa injustiça e pecado! No aspecto divino, no entanto, a cruz revela o amor e a soberania de Deus. Deus é tão poderoso e tão maravilhoso que Ele é capaz de canalizar mesmo os atos de injustiça e maldade das pessoas para que os seus planos de paz, bem e salvação sejam realizados. Assim como o ser humano consegue canalizar o leito de um rio para que corra numa nova direção, a fim de que algum plano seja realizado, Deus canalizou o pecado e a maldade das pessoas contra o Seu Filho para que fosse comprido o seu desígnio de amor, misericórdia, graça e perdão! Sendo assim, no aspecto divino, a cruz é a maior manifestação de amor que já existiu, na qual “Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (Romanos 5.8). É claro que Deus é bom, não se alegra com o mal e não pode ser responsabilizado pelo mal. No entanto, Ele é poderoso para canalizar o mal para que os seus desígnios de salvação sejam realizados.
                A cruz aponta para a Trindade:
"O Pai deixa o Filho imolar-se através do Espírito. O Pai é o amor, que crucifica; o Filho é o amor crucificado; o Espírito é a força invencível da cruz. A cruz está colocada no meio da Trindade" (1)

Feitas estas considerações iniciais, vamos agora meditar sobre as sete palavras que Jesus disse, pregado na cruz!


PRIMEIRA PALAVRA:
"Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem" (Lucas 23.34).

                A primeira palavra é a palavra do perdão. Jesus clamou ao Pai por aqueles que fizeram o mal contra ele mesmo: as autoridades judaicas, que manipularam a multidão e pressionaram Poncio Pilatos para que o condenasse; as multidões, que num momento clamaram “Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas maiores alturas!” (Mateus 21.9), estavam clamando logo depois “Crucifica-o” (Marcos 15.14); os discípulos, que o abandonaram quando foi preso e, depois, o “seguiram de longe” (Lucas 23.49).
                A Páscoa nos lembra que Cristo veio para nos trazer perdão; por isso, devemos perdoar aqueles que nos fizeram mal. Enquanto não perdoamos, ficamos acorrentados com a pessoa que nos ofendeu. Quando perdoamos, somos libertados para cultivar uma nova relação, uma nova ligação: laços de amor, de comunhão!
Páscoa é perdão!


SEGUNDA PALAVRA:
"Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso" (Lucas 23.43).

                Curiosamente estas palavras foram ditas a um “malfeitor” crucificado. As palavras deste malfeitor arrependido são impressionantes: “Jesus, lembra-te de mim quando vieres no teu reino” (Lucas 23.42). Nesta simples frase o malfeitor expressa uma profunda fé em Jesus. Vejamos:
a) “lembra-te de mim”. Ele confiou em Jesus, em sua misericórdia, em sua missão de salvador.
b) “quando vieres”. Jesus estava crucificado e haveria de morrer em poucos instantes! E o malfeitor creu que Jesus haveria de vir novamente! É uma afirmação impressionante de que Jesus haveria de ressuscitar e voltaria para o seu povo!
c) “no teu reino”. Jesus é o Cristo, o Messias, ou seja, o rei prometido da descendência de Davi (Mateus 1.1), que haveria de trazer salvação para Israel. O malfeitor expressa, portanto, a fé de que Jesus é o Messias prometido para trazer salvação; é o Salvador!
                A este malfeitor, que demonstra arrependimento e fé em Jesus Cristo, que confia a Cristo a sua vida, Jesus diz estas palavras tão lindas e tão benditas: “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso” (Lucas 23.43). É salvação pela graça de Deus, mediante a fé em Cristo Jesus! (Efésios 2.8-10).
                A Páscoa nos lembra que Jesus não veio condenar o pecador, mas trazer perdão, nova vida, enfim, salvação! “Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele” (João 3.17). A Páscoa é tempo de esperança para o pecador que se arrepende dos seus pecados e se entrega ao único Senhor e Salvador, Jesus Cristo!
Páscoa é boa nova aos quebrados e arrependidos!


TERCEIRA PALAVRA:
"Vendo Jesus sua mãe e junto a ela o discípulo amado, disse: Mulher, eis aí teu filho. Depois, disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. Dessa hora em diante, o discípulo a tomou para casa" (João 19.26-27).

                Diante de tanta dor e sofrimento, Jesus continuou cuidando das pessoas! Se importou com a sua mãe, Maria, que era viúva e não tinha na época condições de viver dignamente sozinha. Vivemos uma sociedade que incentiva o egoísmo, o consumismo, o hedonismo. Precisamos aprender com Jesus a olhar para o próximo, mesmo nos momentos em que nós mesmos estamos sofrendo. Sofrimento não é desculpa para parar de amar e de agir em favor do outro! Precisamos aprender com Jesus a olhar para a família, que tem sido tão atacada pela violência e pela infidelidade dentro da própria família!
                A Páscoa nos lembra que é tempo de amar, de ajudarmos uns aos outros, mesmo em meio a dor e ao sofrimento próprio. É tempo de ajudar inclusive quem não tem mais condição de nos ajudar no nosso sofrimento! É tempo graça! É tempo de misericórda! É tempo de amor!
Páscoa é tempo de solidariedade!
             

QUARTA PALAVRA:
"Eli, Eli, lamá sabactâni? O que quer dizer: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?" (Mateus 27.46 e Marcos 15.34).

                Alguns ficam escandalizados quando ouvem estas palavras de Jesus. Mas estas palavras são maravilhosas! Elas expressam, ao mesmo tempo, a dor e a esperança de Jesus! Expressam a dor porque, na cruz, Jesus tomou sobre si toda forma de sofrimento humano, inclusive o sentimento de ser abandonado por Deus. Quantas vezes clamamos e parece que Deus não ouve a nossa oração? No entanto, estas palavras expressam também a confiança de Jesus no Pai, pois são uma citação de um salmo muito interessante da Bíblia, o Salmo 22, que diz o seguinte:
“Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? Por que se acham longe de minha salvação as palavras de meu bramido?  Deus meu, clamo de dia, e não me respondes; também de noite, porém não tenho sossego.  Contudo, tu és santo, entronizado entre os louvores de Israel. Nossos pais confiaram em ti; confiaram, e os livraste.  A ti clamaram e se livraram; confiaram em ti e não foram confundidos” (Salmo 22.1-5).
Já nos primeiros versos, fica claro que o salmista está passando por um momento muito difícil da vida, em que “parece” que Deus não está ouvindo a oração. No entanto, o salmista deixa claro que Deus é Rei, é Santo, e é digno de confiança, pois salvou o seu povo no passado e certamente não mudou! Isso fica ainda mais claro no decorrer do salmo até o seu fim, no qual o salmista declara a sua confiança no Senhor. O Salmo termina falando do reinado de Deus sobre as gerações que virão!
                A Páscoa é tempo de lembrar que, apesar de toda a dor e sofrimento que possamos passar, apesar dos momentos em que “parece” que Deus está distante e não nos ouve e nem age, cremos que Deus está presente e continua agindo em nosso favor, assim como aconteceu com o povo de Deus no passado.
A Páscoa é tempo de esperança, mesmo em meio a dor e ao sofrimento; é tempo da solidariedade de Deus em meio ao nosso sofrimento!


QUINTA PALAVRA:
"Tenho sede". (João 19.28)

                Quando eu era garoto eu gostava muito de uma música que dizia o seguinte: “Você tem sede de que? Você tem fome de que?” (“Comida”, de Arnaldo Antunes/Sérgio Brito/Marcelo Fromer).
                Jesus disse o seguinte a mulher samaritana: “Quem beber desta água tornará a ter sede; aquele, porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna” (João 4.13-14). Jesus, a água da vida, aquele que é poderoso para saciar a nossa sede, padeceu necessidade por amor de nós. Nós não fomos capazes de saciar a sua sede, mas Ele é poderoso para saciar a nossa sede. Ele sofreu sede por nós, para que pudéssemos ser saciados, assim como provou por nós a morte, para que pudéssemos viver a sua vida.
                Páscoa não é chocolate, não é coelho, não é presente. A Páscoa não é carro, não é casa nova, não é iate, não é TV, notebook, ipad... O mercado procura nos iludir com o seu show de marketing,  prometendo mas não entregando saciedade. Só na graça de Deus encontramos verdadeira satisfação, verdadeira saciedade. É só em Cristo que podemos matar a nossa fome e matar a nossa sede.
A Páscoa é tempo de refletir sobre a ilusão do consumismo, pois somente em Cristo podemos saciar a nossa fome e a nossa sede no coração! 


SEXTA PALAVRA:
"Está consumado!" (João 19.30)

                A salvação é uma obra de Deus, uma realização divina, e não humana. Na cruz Jesus foi, ao mesmo tempo, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo e o sumo sacerdote da nossa confissão, que entrega o cordeiro em sacrifício. Jesus realizou um único e suficiente sacrifício pelo pecado, não pelo derramamento do sangue de touros e bodes, mas pelo derramamento do próprio sangue. E, na cruz, Jesus afirma: “está consumado”. Na cruz Jesus consumou o sacrifício de justiça pelos nossos pecados. Ora, “Jesus, porém, tendo oferecido, para sempre, um único sacrifício pelos pecados, assentou-se à destra de Deus, aguardando, daí em diante, até que seus inimigos sejam postos por estrado dos seus pés”(Hb 10.12-13).
A Páscoa é tempo de segurança na graça de Deus, pois o sacrifício pelos pecados, único e suficiente, já foi realizado por Cristo.


SÉTIMA PALAVRA:
"Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito!". (Lucas 23.46)
             
                A última palavra de Cristo na cruz é uma palavra de fé, de entrega, de confiança. O Filho de Deus confiou no Pai, e se fez homem segundo a Sua Vontade. Então “o Verbo se fez carne e habitou entre nós...”. Jesus, durante toda a sua vida, apesar de todas as lutas, sofrimentos e perseguições, se manteve fiel ao Pai, mesmo em face da própria morte. Assim, do início ao fim, Jesus nos dá um exemplo de fé, de confiança em Deus Pai.
               A segurança de Cristo diante da morte deve ser também a nossa própria segurança, pois “Cristo é as primícias dos que dormem”, o que significa que depois dele muitos outros ressuscitarão dentre os mortos. Quem dará a última palavra sobre o povo de Deus não é a morte, mas é o próprio Deus! Sendo Deus digno de nossa fé, de nossa entrega, de nossa esperança, nossa atitude diante de todas as coisas, inclusive da morte, será de entrega a Deus!
 A Páscoa é tempo de lembrar que Deus é digno da nossa confiança e que devemos confiar em Deus.
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(1) MOLTMANN, Jürgen. Trindade e Reino de Deus. São Paulo: Loyola, p. 95. 


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http://marcio-marques.blogspot.com.br/2016/03/semana-santa-marcos.html

Feliz Páscoa!

Confira este lindo vídeo, de crianças de uma comunidade Luterana de Curitiba (PR).




Senhor do Universo

Para lembrar a década de 1990...

Qual a diferença entre a Bíblia Protestante (ou Evangélica) e a Bíblia Católica Romana?


Cânon da Bíblia (ou lista de livros sagrados)

A Bíblia foi escrita em hebraico no Antigo Testamento, com alguns versículos em aramaico (língua parecida com o hebraico, assim como o português e o espanhol), e em grego no Novo Testamento.
O Novo Testamento de Protestantes e Católicos Romanos tem os mesmos 27  livros.
Há uma pequena diferença no Antigo Testamento entre Protestantes e Católicos Romanos.

a) Antigo Testamento Protestante ou Evangélico.
Na antiquidade, os judeus reconheceram que a Bíblia corresponde a Bíblia Hebraica (BH), dividida em três partes: Lei, Profetas e Escritos (ver Lc 24.44 - "Salmos" é o primeiro livro dos Escritos). Daí o acrônimo (palavra formada pelas letras ou sílabas iniciais de outras palavras) Tanak, derivada de Torá (Lei), Neviim (Profetas) e Ketuvim (Escritos).
A Lei de Moisés, ou Torá, é também chamada de Pentateuco ("cinco rolos/livros"), e é formada por Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.
Na Bíblia Hebraica, os Profetas são divididos em dois grupos: Profetas Anteriores e Profetas Posteriores.
Profetas Anteriores: Josué, Juízes, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis.
Profetas Posteriores: São divididos em profetas maiores e menores (quanto ao tamanho do livro).
Os 3 profetas maiores - Isaías, Jeremias, Ezequiel;
Os 12 profetas menores - Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias, Malaquias.
Os Escritos correspondem aos seguintes livros: Salmos, Provérbios, Jó, Cantares, Rute, Lamentações, Eclesiastes, Ester, Daniel, Esdras-Neemias, 1 e 2 Crônicas.
O Antigo Testamento protestante corresponde a Bíblia Hebraica, mas distribuído não em Lei, Profetas e Escritos, mas em Lei, Históricos, Poéticos e Sapienciais e Profetas. Esta divisão foi herdada da Septuaginta, que veremos abaixo.

b) Antigo Testamento Católico Romano.
Com as conquistas de Alexandre, o Grande, o "mundo da Bíblia" é submetido aos gregos, que impoem a língua, a cultura e os valores gregos aos povos dominados (o chamado "helenismo"). Neste contexto, em que muitos judeus espalhados pelo império não compreendiam a língua hebraica, judeus da cidade de Alexandria, no Egito, traduziram a Bíblia Hebraica para a língua grega. Esta tradução recebeu o nome de Septuaginta, ou Setenta (LXX), em razão de uma lenda, segundo a qual 72 tradutores judeus (6 de cada tribo) fizeram, cada um por si mesmo, a tradução da Bíblia Hebraica, tendo chegado cada um a mesma tradução.
A Septuaginta, além de traduzir os livros da Bíblia Hebraica, incluiu novos livros e acréscimos de livros, a saber:

Novos Livros: Tobias, Judite, 1 e 2 Macabeus, Sabedoria de Salomão, Eclesiástico (também chamado Sirácide ou Ben Sirá ) e Baruc (ou Baruque).

Acréscimos a Livros: Acréscimos aos livros de Daniel  e Ester,  como segue:
Acréscimos a Daniel: Dn 3.24-90, "Cântico de Azarias na fornalha"; Dn 13.1-64, "Susana e o julgamento de Daniel"; Dn 14.1-42, "Bel e o Dragão".
Acréscimos a Ester: Et 3.13a-g, "Texto da Carta escrita por Hamã e aprovada por Assuero"; Et 4.17a-z, "Oração de Mardoqueu e oração de Ester"; Et 8.12a-v, "Decreto de Habilitação"; Et 10.3a-k, "Palavras de Mardoqueu". Esta numeração diferente dos versículos, incluindo letras, consta nas atuais edições críticas da Septuaginta (LXX), bem como na Bíblia de Jerusalém.

A Septuaginta (LXX) organizou os livros de forma diferente da Bíblia Hebraica. O conjunto de livros acrescentados a Septuaginta é normalmente chamado pelos protestantes de "apócrifos", e pelos Católicos Romanos de "deuterocanônicos". Aqui, vamos chamá-los de deuterocanônicos.
Convém lembrar que os Deuterocanônicos só foram mesmo reconhecidos pela Igreja Católica Romana no Concílio de Trento (a partir de 1545), portanto depois da Reforma Protestante. Aliás, é por isso que eles são chamados "deuterocanônicos", termo que significa "canônico de uma segunda época" - referência ao Concílio de Trento.

c) Informações Complementares. 
Quando Jerônimo traduziu a Bíblia para o latim (tradução chamada Vulgata), ele colocou os deuterocanônicos no final, por reconhecer que estes livros eram inferiores em relação aos livros da Biblia Hebraica. A Vulgata manteve a organização dos livros da SeptuagintaLutero, na Reforma Protestante do Século XVI, quando traduziu a Bíblia para o alemão, também anexou os deuterocanônicos ao final da Bíblia, assim como Jerônimo. Segundo Lutero, os deuterocanônicos são "leitura edificante", e portanto poderiam ser lidos com proveitos pelos cristãos, mas, não sendo inspirados por Deus, não deveriam ser utilizados como fundamento de doutrina. Hoje, as Bíblias protestantes não apresentam os deuterocanônicos.

Quando um católico romano lê uma Bíblia protestante, ele não vai encontrar sequer um versículo que esteja fora de sua Bíblia. Um protestante pode ler uma Bíblia católica romana com tranquilidade, pois os deuterocanônicos são, nas palavras de Lutero, "leitura edificante". Além disso os deuterocanônicos são uma fonte importante de conhecimento da cultura e religião judaica do período, além de representantes importantes da literatura judaica próxima do Novo Testamento.

RESUMINDO.
Novo Testamento: É o mesmo para Protestantes e Católicos Romanos, formado por 27 livros.
Antigo Testamento. O AT protestante corresponde a Bíblia Hebraica, formado por 39 livros.
O AT católico romano corresponde a Septuaginta ou a Vulgata, sendo formado por 46 livros, em razão da inclusão dos sete deuterocanônicos do AT, além dos acréscimos de novos capítulos aos livros de Daniel  e Ester.
Assim, a Bíblia é formada por 66 livros para os protestantes e por 73 livros para os católicos romanos.

CONCLUSÃO. Seja uma Bíblia Protestante ou uma Bíblia Católico Romana, o importante é ler a Bíblia e, assim, cultivar o amor a Deus, aos seres humanos e a criação de Deus. A Bíblia é palavra inspirada de Deus para a humanidade e é testemunha de Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador. Por isso, "ao Deus único e sábio seja dada glória, por meio de Jesus Cristo, pelos séculos dos séculos. Amém!" (Rm 16.27).

terça-feira, 15 de abril de 2014

Como baixar vídeos do Youtube sem instalar novos programas?

Fácil, simples e rápido! Assista este vídeo e aprenda. Muito bom! Encontrei e gostaria de compartilhar com vocês. Testei e funciona.




segunda-feira, 14 de abril de 2014

Tiradas da Letícia II - os súditos

Ontem a Letícia soltou a sua mais nova pérola! Eu e a Cris estávamos conversando, enquanto a Letícia e o Miguel estavam quietinhos, no carro (um momento de raro prazer). De repente, do nada, a Letícia diz o seguinte:
- "Eu queria ter súditos".
- "O que?", perguntamos eu e a Cris, sem saber exatamente se havíamos entendido o que ela disse.
- "Eu queria ter súditos", respondeu novamente a humilde menininha.
- "Para que você quer ter súditos, Letícia?", perguntei.
- "Para não ter que sair do lugar", respondeu ela, deixando claro que, sim, nós havíamos entendido direito desde o início!

Eu e a Cris rimos. Então, ela disse:
- "Não é uma piada. Eu falei sério!".

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Passeando pela Bíblia - Gênesis a 1Samuel 10

Você está começando a ler a Bíblia, mas está achando muito difícil? Não consegue entender a narrativa? Quer uma ajuda? Então vamos dar um passeio rápido pela Bíblia, ou ainda, um passeio rápido pela narrativa bíblica. Este passeio não será suficiente para que você conheça as árvores, mas te ajudará a conhecer a floresta. Você está pronto? Então vamos lá...

Origens:  Criação, Queda, Dilúvio, Babel (Gênesis 1-11)
No princípio, era Deus, em sua comunhão plena e perfeita consigo mesmo: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Mas Deus é amor, e por isso Ele resolveu criar algo que não fosse Ele mesmo, para amar. Então Ele criou o universo, na palma de sua mão. E, no universo, criou o ser humano a sua imagem e semelhança.
Deus se alegrava com o ser humano, na comunhão, na companhia, no diálogo... e estabeleceu com o homem e a mulher uma relação de liberdade e responsabilidade: "E o SENHOR Deus lhe deu esta ordem: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás" (Gn 2.16-17). Ao invés de ouvir a Palavra do Deus de amor, deu ouvidos a palavra mentirosa da serpente, o que bagunçou a relação do ser humano com Deus, consigo mesmo, com o próximo e com o restante da criação. Deus julga a todos com justiça e expulsa o ser humano do jardim, mas, antes, prepara para eles uma roupa adequada para cobrir a nudez, demonstrando seu cuidado e amor, mesmo depois do pecado! Expulsos do jardim, Adão e Eva tem filhos, mas o pecado continua afetando as relações humanas: Caim mata Abel e foge. A população cresce junto com a injustiça. Deus resolve enviar o juízo através do Dilúvio, mas envia a Noé, seu mensageiro, para anunciar a necessidade de arrependimento e a preservação da vida, pela fé e a obediência na Palavra de Deus. Mas a maioria das pessoas não dão crédito a Palavra de Deus, não entram na arca que Deus ordenou Noé a construir, mas entram apenas 8 pessoas: Noé, seus filhos Sem, Cam e Jafé, e as suas mulheres. Depois do dilúvio, Deus faz uma aliança de preservação da vida, cujo sinal é o arcoiris. Mas a população continua a crescer, junto com a injustiça e os projetos de orgulho e vaidade, como a torre de Babel. Deus então espalha os homens, confundindo a sua linguagem.

Os Patriarcas (Gênesis 12-50)
Mas Deus chama um homem, para firmar com ele uma aliança, prometendo uma terra e uma descendência. Deus promete também que todas as famílias da terra seriam abençoadas nele. Abrão peregrina na terra de Canaã, que o SENHOR prometera para a sua descendência. Apesar da idade avançada de Abrão e de sua mulher, Deus dá a eles um filho, chamado Isaque, logo depois que muda os seus nomes para Abraão e Sara. Abraão amou mais a Deus que ao seu próprio filho, e obedeceu a Deus cegamente, pois cria que Ele cumpriria a Sua Palavra. Isaque cresceu e se casou com Rebeca, com quem teve dois filhos, Esaú e Jacó. O mais novo engana o pai e o irmão mais velho, e por isso foge do irmão. Casa-se com duas irmãs, Raquel e Lia, e tem com elas e suas concubinas 12 filhos. Um deles, José, foi vendido pelos seus irmãos como escravo para mercadores, que o venderam para o Egito, onde se torna servo de um homem chamado Potifar. Após se tornar o braço direito de seu senhor, a mulher de Potifar tenta seduzi-lo, mas ele foge dela e é acusado de tentativa de estupro. No cárcere, se torna o braço direito do carcereiro e interpreta corretamente o sonho de dois servos do faraó, sendo que um morre e o outro volta a servir seu rei. Diante de um sonho do faraó que ninguém consegue interpretar, José é chamado a sua presença e interpreta o sonho, vindo depois a ser promovido pelo próprio faraó como governador de todo o Egito. Nos 7 anos de fartura (vacas gordas), o Egito acumulou comida para os 7 anos de miséria (vacas magras). Jacó envia seus filhos para comprar comida no Egito, quando José encontra seus irmãos, manda chamar o seu pai Jacó, e toda a família tem a vida preservada pela providência divina, pois Deus, em sua soberania, é capaz de cumprir seus desígnios mesmo diante da injustiça e maldade das pessoas. Depois que aquela geração morre, é levantado um faraó que passa a oprimir os descendentes dos patriarcas, os hebreus. Esta é a origem da família dos patriarcas Abraão, Isaque e Jacó.

O Êxodo (Êxodo ao Deuteronômio)
Depois de 400 anos de escravidão, Deus levanta um homem chamado Moisés, um hebreu que escapou da morte sendo adotado ainda bebê pela filha do faraó, que o encontrou em um cesto no rio Nilo, acompanhado pela sua irmã Mirian, que atendeu a ordem da filha do faraó para encontrar uma ama de leite para o menino - a própria mãe hebreia. Até os 40 anos, criado no palácio, Moisés pensava que "tudo podia", até que matou um egípcio que maltratava um hebreu e foi descoberto. Dos 40 aos 80 anos, passou a achar que "nada podia", tendo fugido para o deserto, onde se casou com a filha de um sacerdote de Midiã chamado Jetro ou Reuel. Quando tinha 80 anos, viu uma sarça pegando fogo, sem ser consumida pelas chamas. O SENHOR Deus, então, se revela a Ele e o chama para libertar Seu povo da escravidão no Egito, junto com seu irmão Arão. Moisés começa a aprender que "Deus pode". O faraó resiste, mesmo diante de 9 pragas enviadas ao Egito da parte de Deus. Então Deus ordena a celebração da Páscoa, em que o cordeiro pascal era comido e seu sangue aspergido nas umbreiras da porta dos hebreus, para que o anjo da morte não os visitasse na 10a praga, a da morte dos primogênitos, após a qual o faraó ordena a saída dos hebreus do Egito. Faraó muda de ideia e envia seus soldados contra os hebreus. Moisés e os hebreus, entre o mar, as montanhas e os soldados do faraó, atravessam o mar, aberto pelo poder de Deus diante de Moisés, que levanta o seu cajado. Mas as águas se fecham sobre os soldados do faraó, que padecem no mar.
Moisés conduz o povo ao Sinai, onde recebe a Lei de Deus. Apesar da idolatria, da murmuração e da falta de fé do povo, Moisés conduz o povo a obediência a Lei de Deus, estabelecendo o sacerdócio levítico, construindo o tabernáculo e a arca da aliança, que foi colocada no Santo dos Santos, a parte mais interior do tabernáculo. Na inauguração do tabernáculo, a glória de Deus (Shekhiná) se revela na nuvem e na coluna de fogo, que orientavam os hebreus na caminhada pelo deserto, em direção a terra prometida, a terra de Canaã, onde peregrinaram os patriarcas. Prosseguindo em direção a terra da promessa, Moisés envia 12 espias para conhecer a terra, mas apenas 2 deles, Josué e Calebe, procuram animar o povo a entrar na terra prometida, conforme a promessa do SENHOR, enquanto os 10 demais falam apenas no tamanho dos gigantes e das dificuldades. O povo dá ouvidos as palavras dos 10 espias, e não a Palavra de Deus testemunhada por Josué e Calebe. Por isso, toda aquela geração peregrina 40 anos no deserto, morrendo todos no deserto, com exceção de Josué, Calebe e os descendentes daquela geração incrédula. As portas da terra prometida, morrem Arão, sumo sacerdote e irmão de Moisés, e o próprio Moisés, nas campinas de Moabe. Antes de morrer, Moisés relembra no Deuteronômio os mandamentos do SENHOR. Esta é a origem da nação de Israel.


A Confederação das Tribos - Conquista, distribuição e vida na terra da promessa (Josué a 1Samuel 10).
Josué, servo de Moisés, conduz o povo na conquista da terra de Canaã. Mas algumas regiões não são conquistadas, o que levou as 12 tribos conviverem ainda em Canaã com seus inimigos. Após a divisão da terra entre as tribos, Josué leva o povo a uma renovação da aliança com o SENHOR, morrendo depois disso na sua própria terra.
Uma vez estabelecidos na terra, o povo continua a demonstrar a sua dureza de coração. Após um período de paz, o povo desviava o seu coração do SENHOR e caía na  idolatria e na sua filha predileta, a injustiça. O SENHOR, então, desviava os olhos de Israel, e seus inimigos triunfavam e o oprimiam. Em aperto, o povo clamava ao SENHOR, que enviava um juiz, que libertava o povo da opressão do inimigo. Mas, morrendo o juiz, o povo caia na idolatria e na injustiça. O SENHOR, então, desviava os olhos de Israel, e seus inimigos triunfavam e o oprimiam. Em aperto, o povo clamava ao SENHOR, que enviava um juiz, que libertava o povo da opressão do inimigo...
Um dos juízes foi Sansão, cuja força não estava no cabelo, mas em sua consagração a Deus: ele era nazireu, havia quebrado os dois primeiros votos (não comer uva ou beber vinho e não tocar em coisa imunda), mas ainda restava o terceiro, a saber, não cortar o cabelo. Quando seu cabelo foi cortado, o terceiro voto foi quebrado, e a sua força, que estava na sua consagração, se esvaiu. Mas ele orou ao SENHOR, que renovou as suas forças, podendo derrubar as colunas que sustentavam o templo do falso deus, no qual estavam os seus inimigos filisteus. Neste período viveu Rute, uma estrangeira que decidiu continuar com sua sogra Noemi, mesmo diante da morte dos maridos de ambas. Voltando a Israel, casou-se com Boaz, vindo a ser ancestral do rei Davi e de Jesus Cristo.  O último juiz foi Samuel, que ungiu os dois primeiros reis de Israel, Samuel e Davi. Mas este já é outro passeio...

(Em breve, postaremos a continuação, se Deus quiser...)

sábado, 5 de abril de 2014

A Estrutura do Pentateuco aponta para o Messias



Os cinco primeiros livros da Bíblia são chamados de vários nomes: Torá ("instrução"/"lei"), Lei de Moisés, Pentateuco (ou cinco rolos/livros), etc.
No hebraico, os nomes dos livros do Pentateuco são diferentes dos nomes em português:

Nome em Português             Nome Hebraico           Significado do nome hebraico
Gênesis                                      "Bereshit"                     "No Princípio"
Êxodo                                        "Shemot"                      "Nomes"
Levítico                                     "Vaiicrá"                       "Ele Chama"
Números                                   "Bemidbar"                  "No Deserto"
Deuteronômio                             "Devarim"                    "Palavras"

O Pentateuco narra a Criação, a Queda, ou origem do pecado humano, o Dilúvio e Babel (Gn 1-11).
A partir de Gênesis 12 até o final do livro, a narrativa trata dos Patriarcas (Abraão, Isaque, Jacó, José e seus onze irmãos).
De Êxodo ao Deuteronômio, temos o Êxodo e a peregrinação no deserto, até a morte de Moisés, as portas da terra prometida.

Assim,

Gênesis 1-11 (Criação, Queda, Dilúvio, Babel);
Gênesis 12-50 (Patriarcas);
Êxodo a Deuteronômio (Êxodo e peregrinação no deserto).

Do ponto de vista dos temas e dos lugares descritos nas narrativas, temos o seguinte esquema:

A  Gênesis                   Criação e promessa da terra
B  Êxodo                   Do Egito pelo deserto ao Sinai
C  Levítico                  NO SINAI
B  Números                  Do Sinai pelo deserto a Moab (à divisa da terra prometida)
A Deuteronômio          Instruções para a vida na terra da promessa

Fica claro que o centro da estrutura acima aponta para o Levítico, conforme abaixo (1):


Vamos aprofundar um pouco mais a estrutura (1):














Em outras palavras, Gênesis se liga ao Deuteronômio sob o tema da terra da promessa: em Gênesis a terra é criada e prometida aos patriarcas e em Deuteronômio a descendência dos patriarcas recebe instruções para a vida na terra da promessa. 
Êxodo se liga a Números, tanto pela natureza majoritariamente narrativa dos textos, quanto pelos temas que estruturam ambos os livros da mesma maneira, inclusive em relação as ameaças, além das seis notícias de partida em cada livro. 
Levítico, o livro central, também tem um centro, definido a partir das extremidades do texto: Sacrifícios (1-7; 23.26-27); Sacerdotes (8-10;21-22); Leis sobre o cotidiano (11-15; 18-20), chegando ao centro do livro, ou seja, a Reconciliação do Yom Kippur (dia do perdão), no qual eram feitos os sacrifícios expiatórios. De forma surpreendente, no centro do Pentateuco está o sacrifício expiatório do dia do perdão! Por isso o profeta Jeremias vai afirmar que a Aliança entre o SENHOR e Israel foi quebrada por Israel, que não foi fiel em sua história, se desviando da ética da lei e da adoração exclusiva do SENHOR no Culto. Por isso, Jeremias vai afirmar uma NOVA ALIANÇA do SENHOR, em que o PERDÃO DOS PECADOS está no CENTRO da ALIANÇA:

"O Senhor Deus diz:
— Está chegando o tempo em que farei uma nova aliança com o povo de Israel e com o povo de Judá. Essa aliança não será como aquela que eu fiz com os antepassados deles no dia em que os peguei pela mão e os tirei da terra do Egito. Embora eu fosse o Deus deles, eles quebraram a minha aliança. Sou eu, o Senhor, quem está falando. Quando esse tempo chegar, farei com o povo de Israel esta aliança: eu porei a minha lei na mente deles e no coração deles a escreverei; eu serei o Deus deles, e eles serão o meu povo. Sou eu, o Senhor, quem está falando. Ninguém vai precisar ensinar o seu patrício nem o seu parente, dizendo: “Procure conhecer a Deus, o Senhor.” Porque todos me conhecerão, tanto as pessoas mais importantes como as mais humildes. Pois eu perdoarei os seus pecados e nunca mais lembrarei das suas maldades. Eu, o Senhor, estou falando" (Jr 31.31-34 - NTLH - grifo acrescentado).

Conforme ensina Hebreus:

"Ora, todo sacerdote se apresenta, dia após dia, a exercer o serviço sagrado e a oferecer muitas vezes os mesmos sacrifícios, que nunca jamais podem remover pecados; Jesus, porém, tendo oferecido, para sempre, um único sacrifício pelos pecados, assentou-se à destra de Deus, guardando, daí em diante, até que os seus inimigos sejam postos por estrado dos seus pés. Porque, com uma única oferta, aperfeiçoou para sempre quantos estão sendo santificados. E disto nos dá testemunho também o Espírito Santo; porquanto, após ter dito:  Esta é a aliança que farei com eles, depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei no seu coração as minhas leis e sobre a sua mente as inscreverei, acrescenta: Também de nenhum modo me lembrarei dos seus pecados e das suas iniquidades, para sempre.  Ora, onde há remissão destes, já não há oferta pelo pecado. Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus,  pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela sua carne, e tendo grande sacerdote sobre a casa de Deus, aproximemo-nos, com sincero coração, em plena certeza de fé, tendo o coração purificado de má consciência e lavado o corpo com água pura. Guardemos firme a confissão da esperança, sem vacilar, pois quem fez a promessa é fiel.  Consideremo-nos também uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras.  Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima" (Hebreus 10.11-25).

Concluindo, a Lei de Moisés, o conjunto mais antigo e de maior autoridade no Antigo Testamento (ver Mt 22.34-40), a  partir do qual todo o restante do Antigo Testamento (ou Bíblia Hebraica) está fundamentado, tem como centro o dia da expiação (Lv 16-17). E o dia da expiação, conforme ensina o livro de Hebreus no Novo Testamento, aponta para o sacrifício único e suficiente de Cristo pelos nossos pecados.
Assim como os Evangelhos se concentram e encontram o seu clímax na Semana  da Paixão, centrada na Cruz e na Ressurreição de Jesus (em que Cristo faz expiação pelos nossos pecados), assim como o Novo Testamento aponta para a cruz e para ressurreição de Jesus Cristo, o Pentateuco também aponta para o Dia da Expiação e, assim, dá testemunho de Cristo.
A estrutura do Pentateuco aponta para o Messias, Jesus Cristo!
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(1) Fonte das tabelas: Erich ZENGER (org.). Introdução ao Antigo Testamento. São Paulo: Loyla, 2003.

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